sábado, 27 de junho de 2009

Maguey, uma planta sagrada

Foto antiga de pulqueiros colhendo a piña em lombo de burro. Fonte: Reprodução de foto exposta na parede da pulqueria.

O maguey é uma planta que se parece com a babosa, originária das zonas quentes e áridas do México. É cultivada e consumida de várias formas pelos índios desde muito antes da colonização hispânica. Uma das espécies mais cultivadas, dentre as mais de 250 catalogadas é a Agave Azul, principalmente desta espécie é produzida a tequila.

Agave Azul. Fonte: Internet.
A planta é cultivada por dez anos para que atinja o porte ideal, depois são retiradas as folhas e se recolhe a piña, que é a parte de baixo onde se entroncam as folhas. A piña é cozida e desse processo se extrai o aguamiel ou pulque, que é fermentado e depois passa por vários processos de destilação para se transformar em tequila.

Colhendo a piña. Fonte: Internet.
Além de nos presentear com a riquíssima tequila, esta planta sagrada guarda muitas excentricidades no seu consumo. Recentemente estivemos com nosso amigo senhor Fernando e sua família em uma autêntica “pulqueria”, ou seja, um lugar onde é produzido servido o pulque, que é o sumo do maguey apenas fermentado. Ele pode ser consumido puro ou batido com frutas, é uma bebida de baixo teor alcoólico, grossa, meio pegajosa, mas que dependendo da mistura com fruta fica saborosa. Uma das mais propaladas características do pulque são os efeitos afrodisíacos, dizem os mexicanos que as famílias com muitos filhos sempre tem um pai pulqueiro.



Fotos da pulqueria.
Outra excentricidade do maguey é um prato típico do México: o guzano de maguey. Na verdade, estamos falando aqui não da planta exatamente, mas da larva de uma mariposa que se alimenta do maguey. O guzano, a larva, é servido refogado com cebola e tomate acompanhado de guacamole. Tem gosto de nada, o que vale são os molhos. Nas fotos abaixo estamos com o senhor Fernando e a filha dele em um restaurante no centro da Cidade do México, eu (Odil) e nosso anfitrião comemos os guzano, a Mônica só provou e as meninas torceram o nariz.

sábado, 13 de junho de 2009

Vulcões à vista

No caminho de Puebla tem dois vulcões lindos. Popocatéptl é o menor, ainda ativo. O maior é Iztaccihuatl, inativo. Do ônibus, registramos essa bela imagem.




Puebla

Puebla é uma cidade colonial muito bonita bem perto do DF. Fomos no domingo pela manhã e voltamos à noite. Comida boa, muito artesanato em Porcelana Talavera e linda arquitetura. Uma Igreja em cada esquina, e não é força de expressão. Nessa cozinha, do convento Santa Rosa, foi criado o Mole Poblano, prato nacional do México. BOM!!!












Música no convento

No Convento de Santa Rosa, em Puebla, funciona atualmente um Centro Cultural. Aos domingos tem música no pátio interno e as pessoas vem prestigiar cantores locais e suas performances de grandes sucessos românticos. O músico canta num sol a pino e o público fica sentadinho em volta. Dentro das dependências do Centro Cultural tem um museu temático de artesanato mexicano.

Museu mural


E aos poucos a gente vai conhecendo a obra de Rivera, espalhada por diversos museus e casas de cultura. Neste sábado fomos ao Museu Mural. Este é o mural mais importante de Rivera e se salvou por pouco do terremoto de 1985, porque o prédio onde estava ficou condenado. Foi então que transferiram todo o bloco para esse local e foi criado um museu especial para ele. Como de praxe, Rivera coloca vários personagens históricos e emblemáticos na obra, em ordem cronológica da esquerda para a direita vai contando desde a chegada de Hernán Cortés, as ditaduras, guerras e revoluções até um visionário futuro imaginado pelo artista, onde há igualdade entre os mexicanos. "Sonho de uma tarde de domingo na Alameda Central" tem muito da realidade mexicana, mas também tem o sonho de Rivera...

Danzón

Pegamos um taxi rumo ao mercado de artesanato da Ciudadela. Na praça em frente ao mercado uma música nos chamou a atenção. Mambos, salsas e merengues entoados por uma banda enorme. Claro que fomos ver o que era e escobrimos que se tratava de uma festa que eles chamam de Danzon. Todos os sábados uma banda diferente toca na praça e os mexicanos, principalmente os mais velhinhos, se reúnem para dançar, ou para tomar aula de dança. Uma cena emocionante, pois a felicidade emana dos olhares, e dos pés é claro...

Eles vestem sua melhor roupa, com muita elegância e vão para a pista...Ah se o seu Oswaldo e a dona Rosina aparecem por aqui...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Um exemplo de ação cidadã

O Colégio Montaignac atendia alunos de classe média alta da cidade do México, ocupando uma área nobre e equivalente a um quarteirão no bairro de Coyoacán. Para ampliar suas instalações, os diretores da instituição derrubaram árvores em seu pátio interno. Os vizinhos se manifestaram contra o corte ilegal das árvores e colocaram cartazes na frente das casas em volta do colégio, inclusive pedindo nominalmente ao delegado (que equivale a um sub-prefeito) da região que se fizesse cumprir a lei. Resultado: o colégio foi fechado e seus portões lacrados com cartazes onde podemos ler: Lacrado por violar a lei. É evidente que por aqui nem tudo são flores, nem todas as leis são cumpridas, mas este não deixa de ser um exemplo legal.

sábado, 6 de junho de 2009

Museu Diego Rivera


Diego Rivera é um Semi-Deus para os mexicanos. Ícone do nacionalismo, defensor da cultura mexicana pré-hispânica, comunista ferrenho e uma espécie de protetor dos mais pobres.
No início dos anos 30 Rivera encomendou a seu amigo arquiteto O´Gorman uma casa estúdio, que deveria ser simples, funcional, construída com materiais baratos e que pudesse ser reproduzida por operários sem uma formação mais especifica.
O resultado foi uma casa muito moderna, mesmo para os dias atuais, mas foi construída entre 31 e 32.

O primeiro bloco abriga a casa de Diego e seu estúdio construído de maneira estratégica para que a luz possa entrar, sem que os raios solares incidam diretamente. Neste cômodo que é o coração da casa, além de objetos pessoais e materiais artísticos encontra-se uma coleção de artesanato e peças pré-hispânicas.



No bloco dos fundos estão a casa e o estúdio da Frida. Uma passarela liga as duas casas pelo teto, dizem que era para Frida levar comida para ele. Coitada... poderiam ter pensado em um jeito mais fácil.


O Museu é muito organizado e promove exposições temporárias e outras atividades culturais, no dia em que estivemos lá havia uma exposição da artista mexicana, Lola Cueto, que fazia bonecos, e a performance de uma atriz, interpretando uma boneca de Lola, que mostrava o museu e as obras da artista para um grupo de crianças. Alice e Cecilia estavam lá.